Abrem-se os olhos...
...é mais um dia.
Expressões treinadas, gestos calculados...
...texto decorado, abrem- se as cortinas...
...é mais um dia.
Em seus lugares, se falhar as palavras, improvisa...
...grita, saia do salto...a peça está no ar, e não pode parar.
Atenção, a risada agora é sobre a desgraça da população...sem dar ênfase na corrupção.
Suspiros, atenção dada a falta de compaixão...
...é mais um dia.
Máscaras, á todo instante, qualquer passo em falso, tira a concentração...
...é melhor ficar do lado esquerdo, bem perto do coração.
Bate forte, emoções reprimidas...
...pode-se ouvir, um choro que vem de mansinho, acalmando a respiração.
Sorrisos, a platéia vai ao delírio...
...alguém se esborrachou no chão, sem desculpas, nem perdão...
...levanta pra terminar a encenação....
...é mais um dia.
Silêncio, chegou a hora de falar do coração....
...expressões confusas, amores de estação...
...provocam seqüelas na imaginação.
Loucura, acreditar que era paixão...
...um feliz pra sempre...com jardim e portão...
...pra sempre se foi.
É mais um dia...
...palmas, a platéia se agita.
Fecham-se as cortinas..
...fecham-se os olhos,
...é apenas mais um dia.
É apenas um dia....
mais um dia.
Um dia.